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Epicentro de Sábado

Com a chegada do final de semana, o baile funk é o momento mais esperado pelos jovens.

Quando o dia termina e as portas de ferro batem forte contra o piso das lojas espalhadas pela avenida José Singer, que corta de ponta a ponta o bairro do Humaitá ainda não está na hora de dormir. O som das risadas e conversas e gritos dos grupos que caminham pela rua principal se junta ao barulho dos veículos e motos que aceleram para cima e para baixo, mostrando que a noite está apenas começando.

Eu acho que quando a gente cresce vai perdendo a graça, era algo que eu gostava muito, ia sempre, hoje, vou quase nunca.

Quando o dia termina e as portas de ferro batem forte contra o piso das lojas espalhadas pela avenida José Singer, que corta de ponta a ponta o bairro do Humaitá ainda não está na hora de dormir. O som das risadas e conversas e gritos dos grupos que caminham pela rua principal se junta ao barulho dos veículos e motos que aceleram para cima e para baixo, mostrando que a noite está apenas começando.

É sábado no Humaitá, na área continental de São Vicente. No ar, um cheiro característico levado pelo vento desperta até os cachorros, que salivam por um pedaço do tradicional churrasquinho, servido em porções generosas em frente à PoupaFarma, ponto conhecido e muito frequentado pelos jovens moradores do bairro. Escolher o melhor look, caprichar no make e nos adereços é parte do ritual de uma noite que está apenas no começo.

Um pouco mais afastada do centro da agitação, mora Lívia Campos Pereira, de 20 anos, que se arruma para sair de casa em busca de diversão. Após uma semana cheia, ela merece um fim de semana de puro lazer.  “Aqui não tem muito o que fazer, a gente sai para comer, faz uma social na casa de alguém, vai pro pagode ou pro baile do Humaitá, é basicamente isso”.

Quando mais jovem, Lívia era uma presença assídua no baile que rola a céu aberto nas últimas quadras da José Singer. O som alto e a multidão faziam parte dos seus finais de semana. Ela amava dançar funk, encontrar amigos e conhecidos em meio ao mar de pessoas que lotam o baile todos os sábados –exceto quando chove.

Entretanto, hoje em dia, enquanto termina de se aprontar, já não encontra mais aquela magia que a festa tinha quando mais nova.

“Acho que quando a gente cresce vai perdendo a graça, era algo que eu gostava muito, ia sempre, hoje, vou quase nunca”.

Na rua, o barulho de uma moto vem acompanhada do cheiro forte de gasolina. O motociclista para em frente à casa da jovem e buzina duas vezes: é o Renan Oliveira, namorado de Lívia, que também já frequentou assiduamente as festas na noite do Humaitá. Hoje, com 23 anos, o comprometido Renan ainda vai ao baile de vez em quando, mas tem preferido eventos mais tranquilos, como uma roda de samba, ou um encontro com os amigos em casa mesmo. Mas de vez em quando ainda adora cair forte na balada.

“Gosto de sair por aqui! Tem lugar para comer com os amigos e ficar resenhando, tem o pagode que eu passei a ser mais presente e claro, o baile, que eu vou desde que fiz 14 anos”.

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"Pra gente o sábado a noite é o momento mais esperado, porque nos sentimos livres"

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Luís Guilherme Alves

"Quando eu era mais jovem, eu curtia mais os bailes de final de semana."

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Lívia Campos

"Hoje em dia eu não frequento tanto os bailes, mas ainda gosto."

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Renan Oliveira

"É o momento que a gente se diverte."

Bailão

 

Próximo ao epicentro da diversão, Luís Guilherme Alves está saindo de casa e observa o relógio: já são 22 horas e o baile está começando. Enquanto caminha em direção à festa, o jovem repara no movimento da rua e nos outros vários adolescentes e jovens adultos que conversam alto e riem enquanto carregam caixas de som e caixas térmicas com bebidas, todos seguindo uma única direção. Mulheres bem-vestidas, de salto alto, vestido curto e maquiagem marcante passam por ele a caminho da chamada concentração, onde se forma um grande grupo de jovens nos limites do baile.  Durante a caminhada, o grupo passa pelo som do pagode que domina os bares nas esquinas da avenida.

“Não venho mais tanto como antes, por conta da faculdade e do trabalho, mas me divirto bastante, principalmente quando estou com os meus amigos”

Na porta do baile, não há seguranças de plantão e nenhum tipo de barreira. Quando se olha na direção do barulho, se vê a grande massa de inúmeros corpos suados, colados um ao outro. A música alta pulsa nos ouvidos, enquanto o cheiro dos muitos baseados acesos parece mais intenso. Nas calçadas, vários baldes de bebida com gelo derretem, não pela noite quente, mas pelo calor que emana dos corpos dançantes.

Para esses três jovens, a noite no Humaitá é apenas uma criança. Quando o dia amanhecer sobrará somente algumas pessoas sentadas no meio fio da calçada em meio a garrafas de bebidas e copos plásticos no asfalto frio da rua. Os raios de sol começam a surgir, indicando o nascimento de um novo dia, os comerciantes varrem as calçadas e reerguem as portas de seus comércios enquanto assistem os jovens retornarem para suas casas. O domingo chega e traz com ele a ressaca e a preguiça e aí a noite se encerra no bairro Humaitá.

Onde está o baile

https://www.google.com/maps/place/Conjunto+Residencial+Humait%C3%A1,+S%C3%A3o+Vicente+-+SP/@-23.9508673,-46.4549967,18.5z/data=!4m6!3m5!1s0x94ce196568a5019b:0x423b486cd16b1eee!8m2!3d-23.9504297!4d-46.4568352!16s%2Fg%2F1ymtxwx5z?authuser=0&entry=ttu

Conheça empreendedores da noite no Humaitá

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Universidade Santa Cecília

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Marian Cursino
Editora-chefe

João Pedro
Redator

Isabella Monteiro 
Redatora

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