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Entre graves e agudos, surge uma nova batida

Atualizado: 29 de jul. de 2020

Empresa de equipamentos para eventos encontrou novos caminhos para sobreviver à pandemia


Luz, som, câmeras... e máscaras. A lista de equipamentos da empresa SB7 Som e Luz, aumentou nos últimos meses. O local também ganhou novos ares e atrativos para os funcionários e para os poucos convidados. Atualmente nada de festas, eventos coorporativos e grande circulação de pessoas.


Com apenas cinco anos de empresa, os proprietários da SB7, Brenno Lucena e Edu Spessoto, imaginaram que talvez este ano fosse o melhor e mais proveitoso para os negócios. Mas a pandemia chegou, sem aviso prévio, e obrigou os sócios a reinventarem o formato, num desafio de, literalmente, pensar fora da caixa. A saída foi criar um espaço para que bandas e artistas da cidade pudessem gravar as suas lives para compartilhar diretamente com seus públicos nas redes sociais.



Foi necessário uma semana para chegar à solução. A carta na manga já fazia parte do ambiente da SB7. O galpão, localizado no bairro Ponta da Praia, em Santos, que antes tinha como única função armazenar mesas de som, de edição, tripés, microfones e os carros da empresa poderia ganhar novos ares. Hoje, nada de apenas guardar equipamentos. Com um toque aqui e ali da equipe, o local virou um estúdio adaptado.


A mudança não precisou ser extrema. O galpão mede cerca de 1.000 metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol, o que facilitou manter ali os veículos e equipamentos. A equipe precisou apenas repensar a maneira de organizar para que pudesse ser feito o novo trabalho.


Os funcionários, antes acostumados a montar eventos corporativos e particulares, alguns mais intimistas e outros grandiosos, como um show para 40 mil pessoas, se empolgaram com o novo desafio. Por mês a empresa cumpria uma agenda de cerca de 80 eventos, que geravam um faturamento médio de até 700 mil reais. A pandemia fez com que o número de funcionários caísse de 28 para 24 e o faturamento despencasse para 10 mil reais.


Spessoto afirma que a ideia surgiu das lives musicais que começaram a ganhar força em meio à pandemia. “O estúdio que por enquanto é adaptado, não é para atender só lives de bandas e cantores Queremos oferecer um espaço com bom equipamento para qualquer conteúdo que possa ser gravado, como por exemplo aulas de universidade e escolas”.


A solução encontrada pela SB7 acabou ajudando não só os funcionários que mantiveram seus empregos, como artistas que perderam o palco de uma hora para outra, como o cantor Luizinho Mastellari, líder do Grupo Feitiço.


“Os artistas foram os primeiros a parar de trabalhar e os últimos que voltarão à ativa. Nesse momento, sei que preciso me cuidar, mas infelizmente, o que menos me causa medo é o coronavírus. Preciso trabalhar”, desabafa o cantor.

O Feitiço foi o grupo que estreou o novo estúdio da SB7. Em busca de atrair mais pessoas, a primeira live foi beneficente e contou com a parceria do Sistema Santa Cecília de Comunicação, que reproduziu o pocket show ao vivo.


“Estamos começando nesse ramo agora, é tudo muito novo. As parcerias e os artistas que estão se dispondo a vir é uma forma de nos ajudar também”, completa o sócio, Brenno Lucena.


Mastellari concorda com o caráter beneficente, mas se preocupa, pois sabe que os artistas não podem ficar apenas com essa alternativa. “Muitos esquecem que esse é o nosso trabalho, que no fim do mês também precisamos de um pagamento”.


A banda, que já contava com cinco casamentos na agenda, não sabe mais quando tudo irá voltar. Alguns dos clientes optaram por realizar uma cerimônia sem festa e outros adiaram o casamento, sem previsão de data.


A preocupação para Mastellari duplica, porque além de cantor também é proprietário da casa noturna Luckscope, em Guarujá. O estabelecimento já havia suspendido as atividades antes mesmo do decreto de isolamento social, com a ideia de proteger os funcionários, acreditando que fosse algo passageiro. Com os passar dos meses e a pandemia ainda presente, o cantor aproveitou esse período para reformar o local.


O que une a crença do cantor ao pensamento dos sócios da empresa SB7 é que mesmo com um novo nicho, não há muito o que planejar para o pós-covid. A única certeza é que depois que tudo isso acabar, a relação entre os proprietários e funcionários estará assim mais fortalecida.





 

Por Ana Carolina Faccioli, Fernanda Paes, João Pedro Bezerra, Luciano Matioli, Mariana Saitta


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