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“É frustrante para nós, atletas, que nos preparamos tanto para os Jogos”

Beth Gomes, 55 anos, atleta paraolímpica de atletismo que defende a seleção brasileira, conta as mudanças de sua rotina. Morando com sua irmã em um apartamento em Santos, ela concordou com o adiamento dos jogos de Tóquio para 2021





Minha rotina de treinos antes da quarentena e do adiamento dos Jogos Paralímpicos seguia com dois períodos diários, musculação e treino técnico e com prevenções com fisioterapia e shiatsu (método terapêutico).


Com a pandemia, essa rotina modificou um pouco por estar fazendo treinos em casa e com menos cargas na musculação e não ter todos os aparelhos do qual faço uso nos treinos diários. Estou usando os materiais que tenho em casa, mas não posso exercitar lançamentos e arremessos. Ainda assim, não estou me prejudicando porque estou ativa.


Exercícios aeróbicos na handbike, medicine ball, musculação com uso de barra e anilhas são algumas das atividades que faço em casa

A comunicação com minha treinadora Rose Farias é feita por meio de mensagens de whatsapp e chamadas de vídeo. Ela me passa as orientações e eu replico em casa com o material que tenho.


Comecei a praticar o esporte paraolímpico em 1996 na modalidade basquete sobre rodas, dois anos e meio após ter adquirido minha deficiência física. Em 2006 conheci o atletismo nas provas de campo e comecei a treinar também e essas duas modalidades me renderam muitas conquistas. Como não se pode integrar duas seleções brasileiras, em 2010 decidi encerrar minha carreira no basquete no mundial em Birmingham, e decidi me dedicar ao atletismo, tendo como objetivo conquistar uma vaga na seleção brasileira. já que vinha me superando e colhendo ótimos resultados. Em 2011 fui convocada para a seleção nos Jogos Parapan-americanos de Guadalajara e permaneço defendendo a seleção brasileira até hoje.


Não me sinto sozinha, moro com minha irmã

Nestes 24 anos de esporte paraolímpico tive grandes conquistas: sou detentora de recordes mundiais nas três provas que disputo, medalhista e campeã brasileira, medalhista Parapan-americanos, campeã das Américas e número 1 do ranking mundial.


Quanto a minha idade não tenho preocupação com o adiamento dos Jogos Paraolímpicos, porque estou me preparando bem e tendo todos cuidados para manter a minha performance.


É frustrante para nós, atletas, que nos preparamos tanto para os Jogos de Paralímpicos, mas a medida tomada fez-se necessário para preservar a vida de cada um que estaria nesse evento. Assim poderemos nos preparar da melhor forma em treinamentos, mesmo em casa. Agora é continuar sonhando com Tóquio 2021.


 

Caio Bibiano || Victor Persico || Edson Capitão || Felipy Brandão || Giuliano de Carvalho Ligotte


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