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#editorial

Entre máscaras

e caracteres

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Caos — substantivo masculino. Desordem, confusão, desequilíbrio.

 

 

Se existe uma palavra para definir as últimas semanas, não há dúvidas de que essa é a que mais traduz a situação do Brasil (e do mundo) neste momento. Seja na economia, na saúde, na educação ou em qualquer outro assunto que normalmente faria parte das conversas nos corredores dos supermercados ou na fila do banco, o caos se instalou, assim como um vírus ao se instalar em uma célula humana. Pena que isso não é só uma metáfora.

 

É irônico saber que todas as mudanças nesses sabe-se lá quantos dias realmente estão acontecendo graças a um desses seres microscópicos, mas que já tem nome e que certamente ficará marcado na história: coronavírus.

 

O causador da covid-19, doença que se espalhou pelo mundo em um intervalo de pouquíssimos meses, talvez seja agora o inimigo mais temido por jovens, adultos e, principalmente, pelos idosos, que fazem parte da população mais propensa a sofrer com os danos trazidos por esse vilão invisível. Até agora, foram mais de três milhões de pessoas infectadas.

 

Destes casos, mais de 70 mil ocorreram no Brasil e aproximadamente cinco mil pessoas já foram vítimas fatais dessa doença em terras verde-amarelas. Enquanto você lê essa frase, os números certamente serão maiores... e não só eles. A verdade é que a quantidade de entradas em hospitais é apenas uma das peças desse quebra-cabeça no qual o país se transformou.

 

Desde o início da pandemia — palavrinha que se tornou parte das manchetes de literalmente todos os jornais brasileiros e que define o grande percentual de pessoas, em diversos continentes, afetadas pela mesma doença —, viver se tornou parte de um jogo. Não qualquer um: é daquele tipo de videogame com desafios cada vez mais difíceis e que ninguém sabe quando vai ser possível passar de fase. Aliás, nem se sabe ainda o que fazer para passar de fase.

"Quem diria que o nosso maior desafio, desde que fomos escolhidos pelo jornalismo, seria justamente conseguir contar histórias sem o tradicional olho

no olho?"

 

É como se estivéssemos apertando os botões do controle em busca de uma ação que realmente nos faça vencer a batalha; um desses comandos é o isolamento social, a medida mais recomendada para conter a disseminação do vírus, evitar uma sobrecarga no sistema de saúde e, assim, ter danos menores do que os previstos.

 

Na teoria, parece simples. Na prática, tem gerado uma série de consequências, começando pela bipolaridade na política, conflitos de interesses e problemas que estão atingindo absolutamente todas as camadas da sociedade, desde pessoas em situação de rua até empresários que faturam bilhões.

 

Durante a reportagem, conhecemos de perto alguns dos inúmeros brasileiros que lidam diariamente com todo o impacto da pandemia. Entre eles, há autônomos que dedicaram noites em claro e muito suor em busca de seus sonhos ao longo de anos, mas precisam agora de um auxílio emergencial do governo — e que, até o momento, de “emergencial” só tem o título — para que pelo menos sobrevivam à crise financeira que está se instalando.

 

Pessoas presas em países hostis porque não podem voltar para cá. Outras, que precisam continuar trabalhando diariamente pela saúde e pelo bem de quem pode (e deve) se manter em isolamento, presas em rotinas que as colocam frente a frente com a morte, usando apenas uma máscara como escudo.

 

Em um cenário imprevisível, todos precisam se reinventar, e não seria diferente com futuros jornalistas. Os abraços que normalmente marcam o fim de uma entrevista foram substituídos por palavras de esperança antes de encerrar uma ligação. A lente da câmera, sempre buscando o ângulo mais preciso, foi trocada por selfies enviadas pelos entrevistados em algum dos muitos aplicativos de mensagens que se tornaram indispensáveis no nosso cotidiano.

 

A frase “lugar de repórter é na rua” agora não faz tanto sentido, já que muitos de nós precisamos ficar no lugar que, como nossos pais já diziam na infância, é o mais seguro: dentro de nossos lares.

 

Na montanha russa de sentimentos e atividades que fazem parte do último ano da graduação, a distância sufoca, maltrata e não há chamada de vídeo que consiga ter o mesmo efeito que dividir o espaço com o outro, ainda que nossa geração seja a mais conectada às novas tecnologias.

 

Quem diria que o nosso maior desafio desde que fomos escolhidos pelo jornalismo seria justamente conseguir contar histórias sem o tradicional olho no olho? Sempre foi esse o mandamento essencial para que nossas palavras não se tornassem apenas letrinhas povoando algumas páginas. Se conseguimos vencê-lo ou não, você vai descobrir nas próximas matérias. 

texto por Lilian Cruz e vídeo de abertura por Thais Nunes

Boa leitura e, por todos nós, #fiqueemcasa

#pesquisa

A maioria dos santistas aprova isolamento social, segundo pesquisa Enfoque

Demonstrando grande preocupação com a pandemia de coronavírus, a maioria dos santistas é favorável às medidas restritivas em vigor e com a ampliação, até o próximo dia 10 de maio, do período de quarentena determinado pelo Governo Estadual.

A adesão acentuada às políticas de prevenção à expansão do contágio em Santos, que, entre outras medidas, estabeleceram o fechamento de diversos segmentos do comércio e o isolamento social, fica evidenciada a partir do levantamento desenvolvido pela Enfoque Comunicação, realizada com 600 moradores, com perfis distintos, a pedido da Prefeitura de Santos.

Na consulta, realizada por meio de contato telefônico, no período de 16 a 20 de abril, 86,1% admitiram que estão “preocupados” (38,3%) e “muito preocupados” (47,8%) em relação ao avanço do número de casos de Covid-19

 

75,8% concordam com as ações adotadas do limite a circulação de pessoas e o funcionamento do comércio

53,8% são favoráveis à manutenção da quarentena

59,6% consideram o isolamento das pessoas como a melhor maneira de lidar com a pandemia

20,9% são de opinião que a quarentena deveria apenas ser determinada aos idosos e demais grupos de risco

 

O resultado da consulta deixa evidente o grande temor de contrair a doença entre os moradores consultados. Ele supera, em muito, a preocupação com as possíveis consequências econômicas que ela pode ocasionar.

 

Além do risco de morte, 81,6% dos consultados demonstram “medo” de contrair a doença e ser hospitalizado, ou que isso possa ocorrer com algum dos seus familiares. Apenas 11,3% temem perder o emprego ou o negócio, e 4,1% de sofrer redução da renda ou do salário.

por Fernando De Maria e Humberto Challoub, publicado em www.boqnews.com

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#janelasna

quarentena

Alunos de Jornalismo e Produção Multimídia exploram os limites do confinamento. Apontam as lentes para as janelas, em busca de luz e poesia.

#entrevista

"Sem o SUS viveríamos uma verdadeira  tragédia nessa pandemia", diz ex-ministro da Saúde"

O médico Arthur Chioro é um crítico contundente da forma como o governo federal vem conduzindo a pandemia do coronavírus, especialmente o atraso na compra de testes e de equipamentos de proteção para os trabalhadores da saúde e a postura pessoal do presidente Jair Bolsonaro diante da crise. 

Com larga experiência como gestor público de saúde, Chioro possui doutorado pela Unifesp, foi secretário de saúde dos municípios de São Vicente e São Bernardo do Campo e, por três mandatos, presidiu o Cosems, conselho que reúne todos os secretários de saúde paulistas. Ocupou também cargo de ministro da Saúde entre 2014 e 2015. Atualmente, é professor da Unifesp e da Unisanta.

Chioro concedeu entrevista coletiva por meio do aplicativo Zoom poucos dias antes da exoneração de Henrique Mandetta e de sua substituição por Nelson Teich no Ministério da Saúde. Com a mediação do professor Helder Marques, as perguntas foram formuladas por alunos do primeiro ano de Jornalismo da Unisanta: Júlia Soares, Ágata Vasconcelos, Bianca Ramos, Samuel Cordeiro, Juliana Guimarães, Eduarda Antunes Silva, Ronaldo Júnior, Gyovanna Soares, Sarah Lima, Nicoly Plácida, Laura Lamouche, João Pedro Silva, Guilherme Torelli, Guilherme Esron, Kai Prawdzik, Henrique Godinho, Giuliana Tiberi, Maria Vitória Ferreira de Souza e Gabrielly Marques.   

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"É frustrante para nós, atletas, que nos preparamos tanto para os Jogos"

Beth Gomes, 55 anos, atleta paraolímpica de atletismo que defende a seleção brasileira, conta as mudanças de sua rotina. Morando com sua irmã em um apartamento em Santos, ela concordou com o adiamento dos jogos de Tóquio para 2021

#relatos de vida

Início: Entre em contato

Na maior parte dos países a decisão foi a de promover o isolamento social para impedir a propagação do coronavírus. O Ministério da Saúde e outros especialistas em saúde pública consideram que o isolamento é a melhor maneira para evitar o aumento dos casos. Entretanto, sob a a legação de prejuízos irreparáveis à economia, alguns empresários e o próprio presidente Jair Bolsonaro defendem a flexibilização dessa medida, mantendo-se apenas o isolamento dos grupos de risco. Qual a sua posição a respeito?

 

Eu diria que praticamente todos os médicos sanitaristas, todos os profissionais de saúde pública compartilham a mesma opinião, de que neste momento é fundamental o isolamento horizontal, ou seja, o isolamento da maior parte possível da população.

Essa posição é contrária ao que o presidente da República vem dizendo, sendo a única autoridade em âmbito mundial a se colocar contra as diretrizes e orientações da Organização Mundial de Saúde. E não se trata de uma disputa ideológica, porque ele vai contra o que recomenda seu ministro da Saúde. O Bolsonaro conseguiu inventar um negócio que se chama auto-oposição, isso não existe em nenhum lugar do mundo, um presidente que faz oposição ao seu próprio governo. É surreal!

A Itália e a Espanha foram dois países na Europa que, no inicio dos casos, fizeram exatamente essa recomendação para que apenas idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas ficassem resguardadas em suas casas. Esses países explodiram no número de casos. E todos vimos na TV o depoimento do prefeito de Milão se arrependendo, pedindo desculpas por ter feito exatamente o movimento que o Bolsonaro tentou fazer, com a campanha “Milão não pode parar”. Um tsunami tomou conta do sistema de saúde da Itália, que tem um grande número de leitos de UTI por habitante e um excelente sistema de saúde, mas não deu conta do número de casos graves que precisavam ir para a UTI, que precisavam de respirador e que morreram por falta de assistência. 

A Inglaterra, que também possui um excelente sistema de saúde, no começo da doença disse que deixaria tudo aberto para ter o efeito rebanho, que é quando as pessoas têm a doença mais branda e se imunizam. Mas ela rapidamente percebeu que isso seria uma tragédia. Outro país que não se preocupou inicialmente com o isolamento foi os EUA, cujo presidente Trump alegava ser somente uma gripezinha, e hoje tem o maior número de casos no mundo.

 

Tudo isso me dá a segurança para dizer que nós precisamos manter o isolamento no Brasil e muito provavelmente precisaremos ficar assim por algum tempo.

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#cotidiano daquarentena

A casa, a família, a liberdade para criar. Flagrantes da vida em quarenta pelos alunos de Jornalismo e Produção Multimídia.

Início: Sobre

#PODCAST

Brasileiros pelo mundo relatam aos repórteres universitários como está a situação em diferentes países. Conteúdo produzido para a disciplina Radiojornalismo, publicado no site do jornal Boqnews.

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#brasileiros repatriados

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#relatos de vida

“Quando soubemos que íamos trabalhar só com paciente de covid, caímos no choro

Jackeline Dias Katarina, de 31 anos, é enfermeira na UTI da Santa Casa de Santos, local que passou por transformações para receber somente pacientes com covid-19. Ela acredita que no trabalho está protegida por normas bem rígidas de segurança. Hoje a maior angústia é conseguir alguém para tomar conta dos dois filhos, um deles autista.

Pink and Red Beauty Influencer Asymmetri

#FicaEmCasa

Vírus assassinos, zumbis e pragas apocalípticas
invadem as dicas literárias de André Rittes

Em tempos de pandemia, o professor , escritor e devorador de livros lembra
enredos inquietantes, que convidam a refletir sobre a nossa finitude. 

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MEDIDAS DE

PREVENÇÃO

CORONA-19

#paisagensda

quarentena

Estudantes de Jornalismo e Multimídia exploram o olhar em casa neste período de isolamento

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