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  • Foto do escritorGuilherme Toreli

Amor sem pedágio

Uma jornada pelo relacionamento de Luiz Guilherme e Isadora, que ultrapassa a barreira da distância


O amor faz as pessoas cometerem verdadeiras loucuras. Se acrescentarmos aquele ingrediente altamente volátil, a juventude, temos a receita ideal para aventuras, desilusões e tragédias - pergunte aos troianos, eles sabem. Mas não é só tristeza o efeito colateral dessa “droga” que entorpece os corações apaixonados. Quando tudo está nas proporções certas, ela é capaz de derrubar qualquer barreira, desde incompatibilidades de personalidade, diferença de classe social ou até mesmo distância física.


Luiz Guilherme Baracho e Isadora Akemi que o digam. O casal enfrenta três horas de ônibus, frequentemente, para poderem se encontrar. Os dois têm 20 anos de idade e estão na mesma classe no curso de Engenharia Elétrica da Universidade Santa Cecília, o que, de alguma forma facilita os encontros no meio da semana. Mas há um “porém” nessa história: Luiz mora no Humaitá, periferia de São Vicente, e Isadora, em Peruíbe.


Há três cidades entre eles, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém. São realidades distintas, tanto geograficamente, quanto socialmente, mas se é fato que o amor vence barreiras, a distância nesse caso é um mero detalhe, mesmo após um ano de relacionamento. Sim, o sentimento perdurou além dos temidos três meses iniciais, tão definidores para sucesso - ou fracasso - de um ainda jovem namoro.


Luiz Guilherme e Isadora abraçados
Luiz Guilherme e Isadora Akemi

Tempos pandêmicos


Tudo começou em tempos de incerteza, medo e máscaras. Durante os primeiros encontros na faculdade, no período da pandemia da Covid 19, todos os rostos eram cobertos, mas Luiz conseguiu enxergar Isadora além da inquietante barreira visual. Apaixonados dirão que foi amor à primeira vista, mas para os mais pragmáticos, a troca de olhares foi suficiente para motivar o jovem a pedir o Instagram dela. Pois é, nem tudo é tão romântico assim, Zuckerberg tinha de conseguir um jeito de se infiltrar nessa história. Mas ao menos a tecnologia serviu para, desde já, encurtar o espaço entre os dois.


Mensagens diretas começaram a ser trocadas. Naturalmente, o fretado de Isadora limita bastante o tempo que eles têm disponível entre uma aula e outra. Mas se perder o ônibus, adeus volta para casa - Santos pode ser uma ótima cidade, mas ninguém quer ficar ilhado em lugar algum.


Tempo vai, tempo vem, o casal passou a manter conversas virtuais que perduravam “o dia todo”. O calorzinho no coração e o aperto no peito surgiam sempre que o celular apitava. “Será mensagem dela?”, “Ele respondeu?”


Conversas distantes, mas constantes levaram aos encontros presenciais fora da universidade. Foram três meses que passaram voando, aproveitando praias (tanto em São Vicente e Santos, quanto em Peruíbe), até que no dia 21 de agosto de 2022, o amor saiu da infância e entrou para a juventude: o pedido de namoro aconteceu. E o lugar não poderia ter sido melhor: as arquibancadas da Vila Belmiro.


Acontece que, nesse período de incessantes mensagens, eles se descobriram ambos apaixonados por futebol - “santistas roxos” nas palavras do casal. O que melhor que outra paixão para dar força a esse amor?


Sob as luzes do estádio, uma nova etapa começou. Mas a distância ainda estava ali, dificultando a história toda. E com o relacionamento em um novo nível, entram em cena outros possíveis adversários: os sogros.


Quem disser que nunca teve medo de conhecer os pais da namorada, ou namorado, certamente está mentindo. É um temor equivalente a andar em uma rua deserta, mal-iluminada, altas horas da noite.

“Me dei muito bem com os pais dela desde o começo, consegui passar uma boa impressão e eles gostaram de mim, assim como ela com meus pais”, garante Luiz Guilherme.

A distância, até então percebida como inimiga, certamente ajudou. Afinal, em momento ou outro, alguém certamente pensou algo como: “Ele está disposto a passar três horas no ônibus só para ver minha filha?”. Um sacrifício desses desmancha qualquer barreira e prejulgamento inicial, ainda mais quando é algo constante, seja advinda de diferenças sociais, geográficas, ou do puro fato de alguém estar namorando sua filha, ou filho.


Ajuda também, é claro, a percepção que ambos têm que encarar essa distância: ”Não é um problema para nós, pois nos vemos todos os dias na faculdade e em alguns finais de semana, nos revezamos um na casa do outro”, explica Luiz Guilherme. “A única parte ruim por enquanto é quando eu estou mal ou ela está, e não podemos estar juntos”, lamenta o estudante apaixonado.


Enquanto vislumbram um futuro em que possam finalmente estar mais próximos, ou até morando juntos, Luiz e Isadora mantêm olhos fixos no presente. Estão focados em seus estudos e em nutrir o amor, sabendo que a construção de um futuro compartilhado requer uma base sólida.


Dessa forma, o relacionamento serve como uma lição de que o amor não é limitado pelo espaço físico. A distância pode apresentar desafios, mas a comunicação frequente, a dedicação mútua e o desejo de fazer dar certo são os pilares que sustentam essa história em constante desenvolvimento.


Não há como saber ainda por quanto tempo esse amor vai durar, se vai morrer como todas as outras coisas. Mas, como tudo na vida, o que vale é a jornada - e as loucuras que cometemos ao longo desse percurso.


Guilherme Coral

Guilherme Toreli

Guilherme Esron

Ronaldo Jr.


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